Estudantes do Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação, conhecido como PROFNIT, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), fizeram do Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE) o seu segundo ambiente de aula, conhecendo as instalações da incubadora, no mês de junho.
Os acadêmicos vieram à incubadora de empresas acompanhados de um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA) e conversaram com o diretor executivo da instituição. “Estudamos na sala de aula toda a parte teórica, mas fica faltando a prática. Então nessas visitas às instituições que fomentam a inovação, como o CIDE, conhecemos como funciona as empresas incubadas, que tipo de inovação elas produzem e como é feita a gestão. Portanto, sem esse contato com os empreendedores seria mais difícil interiorizarmos os conhecimentos do curso”, diz o mestrando Wilson Alves.
O PROFNIT consiste numa pós-graduação dedicada ao aprimoramento da formação profissional para atuar nas competências dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) e nos Ambientes Promotores de Inovação nos diversos setores acadêmicos, empresarial, governamental, organizações sociais, etc.
O curso veio a contribuir para o fortalecimento do relacionamento academia-empresa-governo e para a intensificação da transferência de conhecimentos para as empresas, ao preencher uma lacuna na qualificação do pessoal dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) e de profissionais ligados à transferência de tecnologia e inovação.
A Universidade Federal de Roraima (UFRR) é uma entre as 12 das instituições associadas nos quais o mestrado é oferecido.
A doutoranda da FGV-SP, Cassiane Jaroszewski (esq.), conversa com a técnica do CIDE, Rosália Padilha.
Conversamos com a doutoranda em Administração Pública e Governo, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Cassiane Jaroszewski, que esteve no Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE) para conhecer as empresas incubadas e realizar pesquisas para a sua tese de doutorado.
Porque você escolheu o Amazonas?
Eu escolhi o Amazonas porque é o primeiro Estado da Federação a ter lei de Inovação Tecnológica, é o Estado que tem mais tempo de lei vigente e quero estudar como se aplica essa lei e quais são os seus frutos na economia local.
O Estado do Amazonas é especial porque, além do fato da lei de inovação, existe a questão da biodiversidade, ou seja, alinhar a inovação, respeitando os recursos naturais e sustentáveis. Isso é um grande desafio.
Qual é a importância do CIDE na sua pesquisa?
Estou em Manaus para conhecer o ambiente de inovação no Estado do Amazonas e minha visita ao CIDE tem a finalidade de entender as incubadoras de empresas como um espaço de promoção da Inovação, onde as empresas são capazes de utilizar o conhecimento científico, transformá-lo em produtos que vão ao mercado, dinamizando a economia local e trazendo retornos à sociedade.
Nessa visita ao CIDE, o que eu percebi foi o uso dos recursos naturais da Região no processo de fabricação dos produtos elaborados dentro da incubadora, bem como a dificuldade de conseguir matéria prima hoje para as pequenas empresas, porque as grandes empresas se antecipam e adquirem quase tudo. É uma dificuldade que precisa do apoio do governo para ser superada por meio de políticas.
O que pretende com sua tese de doutorado?
O que eu pretendo com minha tese de doutorado é mostrar ao poder público os problemas pelos quais passam as pequenas empresas, no campo da Inovação, e que o governo tem de ouvir os outros atores do processo, como as universidades, fundações, instituições de pesquisas, consumidores, e que as decisões devem ser tomadas em conjunto, com todos os participantes do processo inovador.
Além de Manaus, a pesquisadora já visitou incubadoras de empresas, universidades, instituições de pesquisas de São Paulo, e seguirá para Santa Catarina e Recife.
Na primeira reunião do ano, na qual participaram vários representantes de incubadoras de empresas, representantes de instituições de pesquisas e de universidades, a coordenadora do Arranjo (Rede) de Núcleos de Inovação Tecnológica da Amazônia Ocidental, conhecido como “Arranjo AMOCI”, Noélia Falcão, concedeu uma entrevista ao informativo “Empresarial”, do Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE).
Como o AMOCI ajuda as instituições que promovem a inovação tecnológica?
Neste momento, são 23 instituições afiliadas ao AMOCI, sendo 16 no Estado do Amazonas, 3 no Estado do Acre, 3 no Estado de Roraima e 2 no Estado de Rondônia. O objetivo do Arranjo (Rede) é operar em forma de rede colaborativa, visando otimizar e compartilhar recursos, disseminar boas práticas de gestão da inovação e de proteção à propriedade intelectual, transferência de tecnologia e empreendedorismo, bem como facilitar a aplicação da Lei de Inovação, do Novo Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei número 13.243, de 11 de Janeiro de 2016, o chamado Marco Legal de CTI) e da Política de Inovação das ICTs (Instituições de Ciência e Tecnologia).
Quais são as barreiras que impedem o fomento da inovação?
Temos alguns desafios para a promoção da inovação. Aponto, por exemplo, a falta de mais investimentos em recursos humanos, especialmente, em pesquisadores e pesquisadoras que estejam interessados em se instalar na Amazônia. Sempre ouvimos que a Amazônia é rica em biodiversidade e, sem dúvida, o é, mas precisamos conhecê-la para explorá-la. Portanto, o investimento em profissionais da área de pesquisa é fundamental, assim como em instituições que promovem a pesquisa, para que elas possam melhorar a sua estrutura e desenvolver pesquisas de ponta. Outro desafio é com os profissionais que trabalham nos NITs (Núcleos de Inovação Tecnológica) das ICTs, que são os responsáveis em realizar a interface das ICTs com as empresas, transferindo o resultado das pesquisas (tecnologias). A maioria dos profissionais que compõem os NITs são bolsistas e assim temos um “rodízio” de pessoas que vêm e vão embora muito rápido. Na verdade, são bolsistas que ficam no máximo três anos e não podem ter sua bolsa renovada. Então você não pode dar continuidade a um trabalho porque o tempo do bolsista acabou e você tem de capacitar um novo bolsista e recomeçar o trabalho do ponto inicial. A solução seria os concursos, mas neste momento não parece possível. Então, penso eu, seria a contratação desses profissionais por meio das fundações de apoio.
Quem deve ir ao encontro de quem, a universidade ou a empresa?
Os dois lados devem tomar a iniciativa. Até por uma questão cultural, a interface entre a academia e as empresas ainda é algo que ocorre com pouca frequência. Temos a Lei de Inovação, o Novo Marco Legal de C, T e I, a Lei do Bem, entre outras, que visam promover essa interação. Acredito que a partir desses marcos legais já avançamos em relação a quinze anos atrás e espero num futuro próximo realizar a transferência de tecnologias desenvolvidas na academia de forma mais efetiva. Não adianta somente fazer pesquisas, temos de transferi-la e beneficiar à sociedade. Os pesquisadores não têm interesse em ficar com uma tecnologia, eles querem compartilhar e desejam que ela seja produzida em escala pelas empresas.
É o sonho de todo pesquisador ver o seu produto em uma prateleira e que todos tenham acesso a esse produto, gerando satisfação para o pesquisador, lucro para as empresas e benefício para quem vai consumir o produto, que é a sociedade. Todos ganham. E assim a inovação é efetivamente promovida.
Parte da equipe de administração do Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE) participou da 2ª Conferência sobre Processos Inovativos na Amazônia, evento realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC), por meio da Coordenação de Extensão Tecnológica e Inovação (Ceti), para compartilhar conhecimentos na área de inovação e promover ações de empreendedorismo.
As palestras do evento aconteceram no Auditório do Bosque da Ciência, no próprio INPA em parceria com o instituto Leônidas e Maria Deane (ILDM/Fiocruz). “Compartilhamos e ouvimos sobre conhecimentos tecnológicos, empreendedorismo, pesquisas, produtos, transferência de tecnologia, propriedade intelectual, etc. Tudo isso, ajuda a capacitar as pessoas e a promover novas ações”, diz a funcionária do CIDE, Rosália Padilha.
O objetivo do evento, segundo a coordenadora da Ceti, Noélia Falcão, foi compartilhar e disseminar conhecimentos.
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Vários gestores de incubadoras de empresas e lideranças de municípios do Amazonas participam de curso da Anprotec
Com o objetivo de estar sempre atualizado em um mundo em constante transformação em todos os segmentos, o Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (CIDE) e o CIDE Alvorada, conhecido como “CIDE 2”, participam do curso “Planejamento e Implantação de Incubadoras de Empresas”, oferecido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Amazonas (Fapeam), na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE).
O curso termina na quinta-feira, 10, e visa discutir com os participantes uma metodologia para o planejamento e a implantação de uma incubadora de empresas de sucesso, sintonizando-a com o ecossistema de inovação da região. Participam também, gestores de outros municípios do Amazonas e do Estado do Acre.
“Além de Manaus, selecionamos seis municípios no interior do Estado, onde estabeleceremos estratégias juntamente com as lideranças locais, para implantar incubadoras de empresas, fortalecendo o município e gerando renda à população”, enfatiza a consultora da Anprotec, Evelin Astolpho.
Ainda segundo a consultora, os municípios selecionados para o programa de formação são Presidente Figueiredo, Tefé, Coari, Parintins, Manacapuru e Itacoatiara. “Estamos formando os agentes locais para que eles sejam os gestores das incubadoras de empresas e possam apoiar os novos empreendedores, desenvolver negócios, selecionar projetos e trabalhar para que as ideias inovadoras virem empresas no futuro”, conclui Evelin.
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